Em algumas profissões fica quase
inevitável não se manter olhares específicos, no meu caso então é impossível
não perceber a perigosa linha tênue entre a vida intima e a vida pública que
estão se tornando as redes sociais.
A liberdade de expressão foi um
direito adquirido, depois de muitas lutas entre um governo ditador e uma
população que buscava seu direito de voz. Hoje no século 21 há uma
interpretação errônea desse direito.Somos todos os dias bombardeados por
posts que nos levam para dentro da
intimidade de dezenas de pessoas.
Confesso que muitas dessas
informações ao meu olhar, não são em nada relevantes, eu sobreviveria sem elas normalmente.
Estamos perdendo a noção de limites saudáveis nas relações humanas.
As pessoas buscam a popularidade,
sem darem-se conta do grau de exposição que estão se submetendo, um
comportamento perigoso, pois pode levá-los a perda de valores importantes, que
em um primeiro momento pode estar passando despercebido.
Não estou aqui defendendo a
moralidade extrema, apenas ponderando a nudez de atitudes que se tornaram as
redes sociais. Há um disperse diário de valores e intimidade que põe em xeque a
necessidade de tal atitude.
O voyeurismo,assim como o
exibicionismo,está classificado tanto no CID-10 como no DSM IV, como desvios de
personalidade, e ver exposições intimas me preocupa afinal meu ofício é zelar
pela saúde mental do meu semelhante. Muito embora ninguém tenha pedido meu
parecer técnico,me reservo o direito de ter esse olhar,afinal todos os dias me
são fornecidos indícios de um comportamento patológico em massa.
Deixo a dica, revejam seus
conceitos, redirecione suas necessidades a exposição e reavaliem
comportamentos, afinal sempre há tempo de retroceder.
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