quinta-feira, 8 de julho de 2010

Desvalorização do Afeto Humano......

Quinta-feira, o calor que se fez presente nos últimos dias se despede,deixando em seu lugar as chuvas e a baixa temperatura em terras gaucha. Coisas do sul e dos caprichos da natureza.

O Brasil, sempre produzindo crimes, o da vez é o envolvendo o goleiro Bruno do Flamengo e sua ex-namorada, a policia brasileira, parece ter desvendado o passo a passo deste assassinato.

Passam-se séculos e os crimes passionais não sai de moda, talvez a passionalidade seja a linha tênue que separa a sanidade da loucura, aqueles segundos em que se perde a noção dos conceitos e valores morais e nos tornamos apenas instinto.

Qual humano que por um segundo em sua existência não cometeu atos insanos, que quando olhados de fora para dentro parece ser cena de filme de Almodóvar, com traços bem surreais e com requintes de loucura incurável. Muitos de nós com certeza, mesmo que apenas em pensamento.

Estamos meio que perdidos, buscamos o ter, sem o dar, como se a vida fosse apenas uma via de mão única, já não há espaço para trocas, as relações unilaterais parecem prevalecer. Há uma grande facilidade em se reciclar sentimentos, afetos e pessoas, descartamos de nossas vidas como quem escova os dentes todas as manhãs, um ato rotineiro e banal.

Mas esquecemos um pequeno detalhe, não teremos o vigor da juventude para sempre, nossos olhos perderão o brilho, nossa pele a elasticidade, nossa libido será esquecida ou absorvida pelas doenças do envelhecer e olharemos para o lado e veremos as imagens de todas aquelas pessoas que nos amaram e descartamos em nome do não apegar-se, do não criar vínculos, para não perdermos a tal liberdade.

Seremos se não mudarmos nosso olhar sobre o outro, um grande exercito de solitários, buscando desesperadamente um pouco de tudo que jogamos fora em nome do ser autônomo, pegador. Lamento profundamente o egoísmo humano, por que sei que o preço cobrado será impagável .

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