Madrugada de quarta-feira( dia do sofá), que estranhos e instigantes são os sons da noite, parecem que querem brincar com nossa imaginação. Tentei dormir, mas meu cérebro não desliga e fico a embalar meus fantasmas mais íntimos.
Em uma conversa informal ontem com um amigo de além mar, ficou-me a tilintar na cabeça uma frase que ele disse, mais ou menos assim: “Há pessoas que não estão preparadas para dar, mas isso não é o pior, pior que também não estão preparadas para receber”.
Fiquei aqui remoendo esta frase, e dei-me conta do quão verdadeiro ela é, pois há sim pessoas assim, que em nome de crenças, dogmas, preceitos e preconceitos, levantam a bandeira do não convencional, da liberdade de ação, e por ai vai. E se esquecem que quando damos espaço para que outro adentre em nossas vidas e dela partilhem, o mínimo é o aceitar do que nos é oferecido, já que reside em nós o não saber dar.
Não canso de dizer o quanto desestruturadas estão às relações humanas, o quanto se banaliza o afeto, o sexo e a convivência com o outro. Estamos caminhando para um futuro (se houver um) com multidões de ermitões afetivos, enraizados em suas cavernas, usando o outro em nome da tal liberdade, e esquecendo-se que somos responsáveis sim por quem habita nossa existência.
Mas ainda é madrugada, foi dada a partida para a campanha política, e com a liberação da internet como meio de persuadir o eleitor, preparem-se para ver suas caixas de e-mail entupidas com propostas miraculosas e cheia de “boas” intenções. Por hora findo o devaneio e olho minha cama ao lado, na esperança que meu cérebro descubra que existe o sono REM.
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