Quinta-feira, pode até parecer exagero, porém queria eu que já fosse o fim de semana. Quando os dias já não parecem mais oferecer as horas necessárias, fica-nos uma sensação de que algo foi esquecido.
Por aqui, dias de sol, amanhecer e anoitecer de inverno, coisas de sul brasileiro. Vivemos em um país que criou regras e comportamentos assistencialistas, vícios complicados de erradicar. Trabalhar na área social e comunitária é um exercício constante de elaboração de frustrações.
A vida se demonstra com tantas emergências e urgências, que nos faz sentir impotentes diante da realidade. E fico a me perguntar, como há pessoas que vivem sem sequer olharem pela janela.
Há por vezes um instalar-se de egoísmo e descomprometimentos que me assustam. Profissionais relapsos, sistema falho e pessoas abandonadas a sua própria sorte. Ontem verbalizei meus questionamentos enquanto profissional capaz de exercer minha profissão.
E hoje mais uma vez me vi em xeque diante das minhas escolhas. É inevitável nosso olhar utópico sobre a realidade social, fantasiamos inúmeras possibilidades e poder de resolver as dores do mundo.
Confesso que as vezes essa frustração me faz reduzir a marcha, repensar meu papel até mesmo como ser pensante. Mas ainda teremos de viver a sexta-feira, antes de partirmos para o relaxante ócio do fim de semana.
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